Crítica: Komi Can’t Communicate 1ª e 2ª temporada

Um belíssimo anime que retrata a ansiedade social de forma singela a bem humorada

5/5
Oz
Data de publicação.
02/10/2023
8 min
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Opinião
Contém Spoiler

Komi Can’t Communicate (Komi-san Wa Comyushou Desu) é um anime baseado no mangá homônimo criado por Tomohito Oda e publicado originalmente pela revista Weekly Shonen Sunday, da editora Shogakukan.

Produzido pela OLM e dirigido por Kazuki Kawagoe, o anime atualmente está disponível para streaming na Netflix com 24 episódios.

Apesar da plataforma optar por aglutinar todos os episódios sem separá-los por temporadas, (o que seria) a primeira temporada foi disponibilizada na plataforma de 21 de outubro de 2021 a 6 de janeiro de 2022 com 12 episódios e a segunda temporada foi ao ar de 7 de abril de 2022 a 23 de junho de 2022 também com 12 episódios.

A época de sua publicação, Komi Can’t Communicate foi bem recebido pela crítica, ganhando a 67ª edição do Shogakukan Manga Award na categoria Shonen, tornando-se o primeiro grande sucesso de Tomohito Oda, que já havia publicado o mangá Dezi-Con anteriormente sem grande sucesso. Já o anime venceu a 6ª edição do Crunchyroll Anime Award na categoria Melhor Comédia.

A história do anime é focada na personagem de Shoko Komi, uma jovem linda e deslumbrante que não consegue se comunicar por sofrer de ansiedade social. Komi é tida como uma deusa na escola, venerada por qualquer um que passe por ela como uma beldade e uma musa intocável.

A única pessoa que percebe a verdadeira Komi é Hitohito Tadano, que, em uma cena muito delicada, acaba conseguindo se conectar com ela ao iniciar uma conversa através da lousa da sala de aula.

Durante essa conversa é revelado o plot principal da série: Komi gostaria de fazer 100 amigos. Tadano diz a ela que será seu amigo número um e a ajudará a fazer outros 99 amigos. Pronto. A partir daí todos os episódios serão focados nessa premissa e no desenvolvimento do relacionamento entre Komi e seus novos amigos, com um destaque maior para Tadano. E isso basta.

Com muita sutileza e bom humor, novos personagens repletos de características peculiares são apresentados ao público, como Najimi Osana, uma antiga amiga não binária e super comunicativa de Tadano que conhece um segredo vergonhoso de seu passado.

Outra personagem que rouba a cena quando aparece é a Yamai Ren, uma menina aparentemente meiga, mas que possui uma personalidade intensa e obsessiva com relação à Komi, ao ponto de sequestrar Tadano para poder sentar ao lado de sua musa, ou, como ela mesmo diz, “a glorificada”.

A qualidade técnica da animação 2D da OLM é impecável, fruto de uma equipe experiente com uma bagagem extensa e profissionais extremamente competentes. A OLM é empresa responsável por produções como Berserk, Pokémon, Pokémon Chronicles, Pac-Man and the Ghostly Adventures, Beyblade Burst, Beyblade Burst Evolution, Beyblade Burst Turbo e muitas outras.

É preciso destacar ainda a trilha sonora de Komi Can’t Communicate, com músicas como Koshaberi Biyori (FantasticYouth), Hikare Inochi (Kitri), Cinderella (Cidergirl) e Ao 100 Iro (Miku Ito). Além disso, as composições originais são especialmente autênticas, delicadas e até mesmo divertidas.

Com o decorrer dos episódios, fica claro que Tadano se torna presença basilar na vida de Komi, sendo a primeira pessoa com que ela se sente confortável o suficiente para começar a se comunicar através de palavras. Ao final da segunda temporada, a amizade dos dois começa a ganhar novos contornos, caminhando para uma possível relação amorosa.

Apesar de ainda não termos uma 3ª temporada confirmada pela Netflix para dar continuidade a história de Komi e Tadano, o mangá de Tomohito Oda já está bem adiantado nesse sentido, fornecendo material mais do que suficiente para uma possível continuação.

Komi Can’t Communicate é um retrato delicado dessas pessoas invisíveis, que possuem um universo dentro delas pronto para expandir, mas que é contido por sua própria timidez, pessoas que possuem suas próprias batalhas internas e que ganham vida e voz na persona de Shoko Komi, Agari Himiko, Katai Makoto e tantos outros.

Vocabulário
Anime ou animê (como é dito no Brasil) é o nome dado para o tipo de desenho animado produzido no Japão. No entanto, de acordo com o conceito japonês dos animes, este termo é utilizado para classificar todos os tipos de animações, ou seja, independente da sua origem (nacional ou estrangeira). A origem da palavra anime é incerta. Alguns pesquisadores consideram que seja uma abreviação do inglês animation (“animação”), enquanto outros defendem que possa ter surgido a partir do francês animée (“animado”). O anime é confundido erroneamente como um gênero de animação, quando na verdade é apenas um meio, já que pode apresentar inúmeros tipos diferentes, como infantil, terror, romance, comédia, aventura, erótico, ficção científica, etc.
História em quadrinhos japonesa.
Plot significa enredo ou trama da história, apresentando começo, meio e fim, dentro de um filme, livro, série, HQ, teatro, etc. Um plot é o eixo central da história e pode ser definido como os conflitos que os personagens vivenciam durante a história, de acordo com as suas escolhas e desejos.
Streaming é a tecnologia de transmissão de dados pela internet, principalmente áudio e vídeo, sem a necessidade de baixar o conteúdo. O arquivo, que pode ser um vídeo ou uma música, é acessado pelo usuário de forma online. O termo streaming também pode ser utilizado com o significado de “plataforma de streaming”.
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03/01/2024