Komi Can’t Communicate (Komi-san Wa Comyushou Desu) é um anime baseado no mangá homônimo criado por Tomohito Oda e publicado originalmente pela revista Weekly Shonen Sunday, da editora Shogakukan.
Produzido pela OLM e dirigido por Kazuki Kawagoe, o anime atualmente está disponível para streaming na Netflix com 24 episódios.
Apesar da plataforma optar por aglutinar todos os episódios sem separá-los por temporadas, (o que seria) a primeira temporada foi disponibilizada na plataforma de 21 de outubro de 2021 a 6 de janeiro de 2022 com 12 episódios e a segunda temporada foi ao ar de 7 de abril de 2022 a 23 de junho de 2022 também com 12 episódios.
A época de sua publicação, Komi Can’t Communicate foi bem recebido pela crítica, ganhando a 67ª edição do Shogakukan Manga Award na categoria Shonen, tornando-se o primeiro grande sucesso de Tomohito Oda, que já havia publicado o mangá Dezi-Con anteriormente sem grande sucesso. Já o anime venceu a 6ª edição do Crunchyroll Anime Award na categoria Melhor Comédia.
A história do anime é focada na personagem de Shoko Komi, uma jovem linda e deslumbrante que não consegue se comunicar por sofrer de ansiedade social. Komi é tida como uma deusa na escola, venerada por qualquer um que passe por ela como uma beldade e uma musa intocável.
A única pessoa que percebe a verdadeira Komi é Hitohito Tadano, que, em uma cena muito delicada, acaba conseguindo se conectar com ela ao iniciar uma conversa através da lousa da sala de aula.
Durante essa conversa é revelado o plot principal da série: Komi gostaria de fazer 100 amigos. Tadano diz a ela que será seu amigo número um e a ajudará a fazer outros 99 amigos. Pronto. A partir daí todos os episódios serão focados nessa premissa e no desenvolvimento do relacionamento entre Komi e seus novos amigos, com um destaque maior para Tadano. E isso basta.
Com muita sutileza e bom humor, novos personagens repletos de características peculiares são apresentados ao público, como Najimi Osana, uma antiga amiga não binária e super comunicativa de Tadano que conhece um segredo vergonhoso de seu passado.
Outra personagem que rouba a cena quando aparece é a Yamai Ren, uma menina aparentemente meiga, mas que possui uma personalidade intensa e obsessiva com relação à Komi, ao ponto de sequestrar Tadano para poder sentar ao lado de sua musa, ou, como ela mesmo diz, “a glorificada”.
A qualidade técnica da animação 2D da OLM é impecável, fruto de uma equipe experiente com uma bagagem extensa e profissionais extremamente competentes. A OLM é empresa responsável por produções como Berserk, Pokémon, Pokémon Chronicles, Pac-Man and the Ghostly Adventures, Beyblade Burst, Beyblade Burst Evolution, Beyblade Burst Turbo e muitas outras.
É preciso destacar ainda a trilha sonora de Komi Can’t Communicate, com músicas como Koshaberi Biyori (FantasticYouth), Hikare Inochi (Kitri), Cinderella (Cidergirl) e Ao 100 Iro (Miku Ito). Além disso, as composições originais são especialmente autênticas, delicadas e até mesmo divertidas.
Com o decorrer dos episódios, fica claro que Tadano se torna presença basilar na vida de Komi, sendo a primeira pessoa com que ela se sente confortável o suficiente para começar a se comunicar através de palavras. Ao final da segunda temporada, a amizade dos dois começa a ganhar novos contornos, caminhando para uma possível relação amorosa.
Apesar de ainda não termos uma 3ª temporada confirmada pela Netflix para dar continuidade a história de Komi e Tadano, o mangá de Tomohito Oda já está bem adiantado nesse sentido, fornecendo material mais do que suficiente para uma possível continuação.
Komi Can’t Communicate é um retrato delicado dessas pessoas invisíveis, que possuem um universo dentro delas pronto para expandir, mas que é contido por sua própria timidez, pessoas que possuem suas próprias batalhas internas e que ganham vida e voz na persona de Shoko Komi, Agari Himiko, Katai Makoto e tantos outros.