Me lembro bem quando ouvi pela primeira vez a voz inesquecível de Lauryn Hill. Doo Wop (That Thing) na MTV. Amor à primeira “vista”.
Não fui o único. The Miseducation of Lauryn Hill foi o primeiro álbum solo da cantora e compositora norte-americana Lauryn Hill, e também seu único álbum de estúdio.
A mistura explosiva, fruto da justaposição de velhas e novas escolas, tornou o disco único e insuperável, mesmo para Hill. Lançado em agosto de 1998 pela Columbia Records, o disco é marcado pela mescla de elementos musicais do hip hop, soul, jazz, música eletrônica, música gospel e reggae. Uma fórmula tão poderosa que posteriormente ajudou a definir o estilo chamado de neo soul.
O álbum estreou em primeiro lugar na Billboard 200 nos E.U.A. e vendeu cerca de 422.624 cópias em sua primeira semana. Sucesso de crítica e sucesso comercial, The Miseducation of Lauryn Hill conta com 14 faixas (mais 2 faixas bônus):
- Intro
- Lost Ones
- Ex-Factor
- To Zion
- Doo Wop (That Thing)
- Superstar
- Final Hour
- When It Hurts So Bad
- I Used To Love Him
- Forgive Them Father
- Every Ghetto, Every City
- Nothing Even Matters
- Everything Is Everything
- The Miseducation of Lauryn Hill
- Can’t Take My Eyes Off You
- Tell Him
Poderoso, repleto de energia e sentimento, The Miseducation of Lauryn Hill foi indicado a 10 categorias na 41ª Edição do Grammy Awards no ano de 1998, vencendo 5 delas: Album of the Year (o primeiro concedido ao um cantor de hip-hop), Best New Artist, Best Female R&B Vocal Performance, Best Rhythm & Blues Song e Best R&B Album.
O álbum, que conta com participações especiais como Carlos Santana, Mary J. Blige e D’Angelo, também faturou um o Billboard Music Awards em 1998 (R&B Album of the Year).
Entre grandes canções destacam-se:
“Doo Wop (That Thing)” é um alerta para os jovens adultos, especialmente as mulheres, a fim de que tenham cautela com os rapazes que estão à procura “daquilo”. A música fala sobre autopreservação e respeito próprio. “Nothing Even Mathers” é uma linda canção de amor, de devoção e de carinho, interpretada por Hill com a participação de D’Angelo. Já “Can’t Take My Eyes Off of You” é um remake da música de Frankie Valli e também fala de amor, porém com uma pegada mais alegre, dançante.
Hill critica figuras do universo musical em “Forgive Them Father”, Em “To Zion” homenageia seu filho e critica quem sugeriu o aborto. Fala sobre a inevitabilidade das mudanças, desabafa sobre um sistema projetado para fazer os negros perderem antes mesmo de começar, protesta, alerta, ama, inspira.
Suas experiências, qualidades, defeitos, vivências e personalidade estão impressas em cada segundo do álbum.
O que faz The Miseducation of Lauryn Hill perfeito não é a voz brilhante, condensada e suave de Hill, não são as magníficas participações, as batidas originais, os arranjos ou a produção impecável. É a originalidade, a vontade criativa, a energia imparável que, uma vez criada, ganha força como uma bola de neve, ultrapassando limites, arrebatando corações e deixando sua marca na história.