Crítica: Chrononauts

Mark Millar tenta engatilhar mais um sucesso, mas decepciona.

2/5
Oz
Data de publicação.
11/01/2023
1 min
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Opinião
Contém Spoiler

Chrononauts é uma história de ficção científica produzida em 4 volumes de banda desenhada pela Image Comics e desenvolvida por Mark Millar (Kick-Ass, Wanted) e Sean Gordon Murphy.

Na hq acompanhamos o Dr. Corbin Quinn, responsável pela criação de uma máquina do tempo e Dr. Danny Reilly, responsável por miniaturizá-la e transformá-la nas vestimentas conhecidas por crono-trajes. Após uma curta demostração televisionada do funcionamento da máquina, os dois protagonistas irão realizar uma missão tripulada (também televisionada) ao passado. A premissa para por aí.

Após isso o que presenciamos é uma sucessão de eventos bem humorados e descontrolados criados especificamente para produzir grandes cenas visualmente interessantes com uma pitada de “Sucker Punch” (filme de 2011 dirigido por Zack Snyder) e perseguições no estilo “Jumper” (filme de 2008 estrelado por Hayden Christensen).

Com motivações fracas e fortemente questionáveis, o roteiro se revela pobre e a dupla de criadores aposta mais no conceito e no potencial cinematográfico do que na consistência, o que diminui a qualidade do projeto e deixa “no ar” uma sensação de que a obra é um pitch mirando diretamente as grandes empresas de cinema de Hollywood. Aliás, uma especialidade de Mark Millar, responsável pela criação de outras obras adaptadas para o cinema como Wanted e Kick-Ass.

A este propósito podemos debitar os personagens Mannix  e o pai de Corbin Quinn, que são fisicamente idênticos ao ator Tommy Lee Jones (MIB)  e ao também ator Kurt Russell (Tango & Cash) respectivamente.

Isso já havia acontecido com a série Marvel Ultimate na qual o personagem Nick Fury havia sido retratado exatamente como Samuel L. Jackson. Este pitch posteriormente revelou-se bem sucedido na fase cinematográfica da Marvel, onde o ator foi enfim escalado para viver o personagem.

Erros crassos de continuidade circundam o quadrinho de Millar, fazendo com que o final perca credibilidade.

Em suma, Chrononauts possui uma idéia interessante, é bem desenhada mas sua história é horrivelmente mal desenvolvida.

Vocabulário
Banda desenhada, BD, história aos quadradinhos, ou história em quadrinhos, quadrinhos, gibi, HQ, revistinha, historieta é uma forma de arte que conjuga texto e imagens com o objectivo de narrar histórias dos mais variados géneros e estilos. São, em geral, publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras publicadas em revistas e jornais. Também é conhecida por arte sequencial e narrativa figurada. A banda desenhada é chamada de “”Nona Arte” dando sequência à classificação de Ricciotto Canudo. O termo “arte sequencial” (traduzido do original sequential art), criado pelo desenhista Will Eisner com o fim de definir “o arranjo de fotos ou imagens e palavras para narrar uma história ou dramatizar uma ideia”, é comummente utilizado para definir a linguagem usada nesta forma de representação. Hugo Pratt chamava de “literatura desenhada”. Nos Estados Unidos, onde é chamada de comics, a banda desenhada tornou-se popular no início do século XX, um desenvolvimento importante ocorreu em nos anos de 1930, com o surgimento das banda desenhadas de super-heróis cuja ponte foi o personagem Superman lançado em 1938. Este também é o período entre guerras que Hergé criou As Aventuras de Tintin se tornou um clássico do estilo da banda desenhada franco-belga conhecido como linha clara. No Japão, Osamu Tezuka popularizou o manga após a Segunda Guerra Mundial.
É uma apresentação verbal ou visual de uma idéia para um filme ou uma série de TV geralmente feita por um escritor ou diretor para um produtor ou executivo de estúdio com a intenção de vender a idéia.
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25/06/2023