Som da Liberdade (Sound of Freedom, 2023) é um filme da Angel Studios dirigido por Alejandro Monteverde (Little Boy – Além do Impossível) e protagonizado por Jim Caviezel (Person of Interest) que é baseado na história real de Tim Ballard.
Ballard (Jim Caviezel) é um funcionário do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos cujo trabalho é descobrir e capturar pedófilos. O trabalho de Ballard exige que ele veja a transcreva todas as gravações de abusos das vítimas dos pedófilos capturados, o que acaba destruindo seu espírito.
Após conversar com um colega de trabalho que está desistindo do trabalho pelo mesmo motivo, Ballard percebe que, apesar de ter capturado 288 pedófilos após 12 anos de profissão ainda assim não havia conseguido libertar nenhuma das vítimas, o que o deixa balançado.
Ao seguir uma pista de um caso em que estava trabalhando, Ballard acaba conseguindo libertar um garoto hondurenho de oito anos chamado Miguel Aguilar, apelidado pelos traficantes sexuais de Teddy Bear.
Após descobrir que Miguel possui uma irmã chamada Rocio, que também havia sido sequestrada com ele, Ballard parte para a Colômbia.
Lá, Ballard se alia ao capitão Jorge (Javier Godino) e ao ex membro do Cartel de Cali, conhecido como Vampiro (Bill Camp), para realizar uma operação com o intuito de encontrar Rocio.
Quando Ballard deixa a Colômbia, 120 crianças haviam sido encontradas, incluindo Rocio e mais de uma dúzia de traficantes presos.
O tema do tráfico sexual infantil é difícil e incômodo para o grande público, porém o longa se propõe a abordá-lo de forma mais razoável, com o intuito de gerar awareness e ampliar as discussões e os esforços internacionais em torno do combate ao tráfico humano.
O longa tem uma bela fotografia, momentos emocionantes e uma história relativamente simples, porém relevante. As atuações convencem, porém Caviezel opta por uma atuação mais introspectiva e minimalista ao tentar dar vida a Ballard, o que ao meu ver não imprimiu o tom adequado às motivações do protagonista.
Apesar disso, os personagens coadjuvantes preenchem as lacunas deixadas por Caviezel, fornecendo as emoções necessárias para que nós, a audiência, possamos nos importar com a história e com seus personagens. Os coadjuvantes são o coração do longa.
A direção de Monteverde é competente. O filme começa com um Grande Plano Geral que vai se aproximando para mostrar Rocio cantando e batucando em Primeiro Plano, e inverte essa lógica no final, mostrando Rocio de volta a sua casa em Honduras em Primeiro Plano para se afastar em um Grande Plano Geral. Essa escolha narrativa deixa claro que, apesar de mostrar um ciclo na vida da personagem, que começa e termina da mesma forma, sua vida jamais será como antes.
Som da Liberdade é um filme necessário, que retrata uma realidade pouco palatável de forma simples e comovente.
