G.I. Joe: Retaliação tem explosões, tem cenas empolgantes de ação, tem excelentes efeitos especiais e tem Dwayne “The Rock” Johnson. É isso.
O filme (G. I. Joe: Retaliation no original) consegue ter seus momentos. Dirigido por Jon M. Chu e roteirizado por Rhett Reese e Paul Wernick, a obra de 110 minutos acerta no que os fãs já esperavam encontrar mas se perde principalmente na escolha do elenco.
Ao meu ver, o filme poderia facilmente ser chamado “DWAYNE ‘THE ROCK’ JOHNSON: g.i. joe” (com ênfase nas caixas altas e baixas). O filme é literalmente dele e do Bruce Willis. Dois dos maiores “Arroz de Festa” de filmes de ação de Hollywood.
Aliás, Vin Diesel e Paul Walker que se cuidem. O ator mencionou em uma entrevista que existe um esforço para a produção de um spin-off da franquia Velozes e Furiosos focado em seu personagem (Luke Hobbs).
Não se surpreenda se os próximos Avatar, Homem Aranha, O Hobbit e Star Wars vierem estampados com o rosto do ator e sua típica expressão facial (uma sobrancelha alta e a outra baixa). Já imaginou? Vá no Google e digite “the rock, eyebrow” e se desespere.
Exageros à parte, é precisamente este o ponto que pra mim foi crucial para que o filme perdesse sua “origem”. Parafraseando o título do primeiro filme da franquia nas telonas (G. I. Joe: A Origem de Cobra).
O elenco de Joe’s foi totalmente substituído, com 2 pequenas exceções: Storm Shadow (Byung-hun Lee, que você não vê o rosto, ou seja, não faz diferença) e a pequena participação de Duke (Channing Tatum).
Basicamente o filme fica nas mãos do superestimado carisma de Dwayne Johnson. Muitas frases de efeito, muitos clichês e poses com as mãos na cintura e cara de mau. Ao lado de The Rock foram colocados dois figurantes de luxo: Flint (D. J. Cotrona) e Jaye (Adrianne Palicki). Esta última teve ainda algum destaque. Mesmo quando seu bumbum esquelético foi alvo de um close “sensual”. Vergonha alheia principalmente para o público brasileiro, acostumado com “mulheres frutas”, “ex bbb’s” e “panicats”.
D. J. Cotrona some totalmente no filme, até sua voz perde potência ante a presença intimidadora de The Rock.
Há na obra outras situações embaraçosas, como por exemplo uma espécie de “senhor Miyagi” negro e cego. Londres é destruída e o roteiro literalmente “dá de ombros” pra isso. Snake Eyes muda de lado depois de um flashback pouco convincente e os uniformes dos Joe’s parecem comprados em um brechó.
Ficou evidente que os vilões principais Comandante Cobra e Destro foram relegados neste filme, dando espaço a Zartan (Arnold Vosloo) e Firefly (Ray Stevenson). Nem mesmo os atores permaneceram, e, para tentar não causar muita estranheza, os roteiristas utilizaram o mesmo artifício do filme Anjos da Noite – O despertar (Underworld: Awakening) no qual disfarçaram a ausência do personagem Michael Corvin (Scott Speedman) com uma solução que não conseguiu passar despercebida aos olhos do expectador. Simplesmente triste.
Em muitos aspectos o filme me lembrou Transformers: O Lado Oculto da Lua (Transformers: Dark of the Moon) que, como disse no subtítulo desta critica, possui muita cobertura e pouco recheio. Interessante mencionar que ambos são produzidos pela Hasbro, companhia conhecida por suas marcas de jogos e brinquedos e que agora está se aventurando em Hollywood. Em ambos os casos saí do cinema com aquele pensamento recorrente “é legalzinho, mas…”.
Se você quer ver uma continuação fiel e melhor que G. I. Joe: A Origem de Cobra vai se decepcionar assistindo ao filme, do contrario, se deseja apenas comer uma pipoca e assistir a um filme com ótimo visual e cenas de tirar o fôlego, G. I. Joe: Retaliação é a sua pedida.