Conspiração Xangai (Shanghai), filme de 2010 dirigido por Mikael Håfström (1408) e roteirizado por Hossein Amini (Branca de Neve e o Caçador) é um filme de investigação ao melhor estilo noir estrelado por John Cussack.
O filme de 105 minutos aborda a investigação do assassinato de Conner (Jeffrey Dean Morgan), melhor amigo de Paul Soames (Cussack), na cidade de Xangai, na China.
Às margens da II Guerra Mundial, a Alemanha já ocupara a maior parte dos países da Europa e o Japão ocupou as cidades mais importantes da China, exceto Xangai.
Soames é um espião dos EUA que precisa se esgueirar pelos círculos sociais da cidade (chineses, japoneses e alemães) disfarçado de repórter pró nazismo para iniciar suas investigações.
Franka Potente (Corra Lola, Corra), Li Gong (Miami Vice), Yun-Fat Chow (O Tigre e o Dragão), David Morse (À Espera de um Milagre) e Ken Watanabe (A Origem) fazem parte deste grande elenco.
Håfström é eficiente em ambientar Xangai na década de 40. Todos os props, cenários e figurinos do filme são fieis e verossímeis. A atmosfera escura e a utilização das sombras e iluminações pontuais no cenário ajudam a incrementar o tom de mistério da obra.
Para quem é fã do estilo, Conspiração Xangai tem tudo o que um filme noir pode oferecer: sombras dramáticas, cenários noturnos e sombrios, ângulos de câmera não convencionais, assassinato, investigação, ciúmes, traição, flashbacks, emboscadas, moral ambígua e relativa, locações exóticas, etc.
A narrativa lenta, típica de filmes investigativos pode cansar os menos aficionados pelo estilo e o roteiro de Amini cresce com o passar do filme, ampliando a tensão, mas tem um climax fraco e se perde ao se distanciar de sua premissa. Mesmo a reviravolta, que envolve um grande acontecimento da II Guerra Mundial, não convence justamente por não fazer parte da expectativa criada no decorrer do filme.
Conspiração Xangai é uma obra que homenageia o estilo noir, trazendo ao grande público uma história investigativa que possui um ritmo lento, um bom desenvolvimento mas um desfecho que não se conecta com o restante do filme.